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Dia Internacional da Mulher: bancárias ganham 21,75% menos que colegas homens

ARAÇATUBA (8 DE MARÇO/2021) – As mulheres brasileiras têm avançado em suas conquistas sociais e também no mercado de trabalho, mas a desigualdade permanece na maioria das categorias profissionais. E no segmento bancário não é diferente. As bancárias ganham, em média, 21,75%  menos que os colegas homens, conforme a pesquisa “Desigualdade de gênero no mercado de trabalho e no setor bancário”, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  

O salário médio pago ao homem que trabalha em banco é de R$ 9.335,00 e à mulher, R$ 7.305,00. O Dieese extraiu este dado da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2018, mas a assinatura dos técnicos do departamento traz a data de março de 2021. Os bancários são mais beneficiados com promoções. Ao longo da carreira, 31,7% dos homens tiveram mais de três promoções, percentual que cai para 19,9% quando envolve o gênero oposto.

A pesquisa do Dieese serviu de base para a Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) debater  a situação da mulher no mercado de trabalho. O encontro foi na semana passada e teve a participação de dirigentes do movimento sindical trabalhador e técnicos do departamento de pesquisas.

Durante o debate, o economista do Dieese, Gustavo Cavarzam, chamou a atenção para os agravantes proporcionados pela pandemia, que comprova a desigualdade de gêneros nos ambiente doméstico. “Enquanto 78% dos homens dizem realizar afazeres domésticos, como compras, pesquisas de preços, contratação e administração de empregados, 92% das mulheres apontam, entre os afazeres, preparação de alimentos, arrumação da mesa e cuidados gerais com a casa e a família”, explicou o economista.

GERAL
Dos 212 milhões de brasileiros, 52% são  mulheres e 48% homens, segundo os dados gerais da pesquisa Dieese. De 2012 a 2019, aumentou consideravelmente o percentual de mulheres mantenedoras do lar. Há nove anos, 63%  dos domicílios eram sustentados por trabalhadores e 37% por trabalhadoras. Sete anos depois, a participação deles caiu para 52% e a delas subiu para 48%. Estes dados constam da Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando o assunto é desemprego, a mão-de-obra feminina é mais afetada. Dos 14,6% de desempregados no segundo trimestre de 2020, 16,8% eram mulheres e 12,8% homens. O salário médio do brasileiro é R$ 2.495,00 e o da brasileira, R$ 1.958,00 (diferença de 22%). Essa desigualdade repercute na aposentadoria, pois se elas ganham menos, contribuem menos com a Previdência pública. O benefício médio de um aposentado é de R$ 2.051,00 e o das aposentadas, R$ 1.707,00 (diferença de 17%). Veja abaixo os dados completos da pesquisa.

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