(ARAÇATUBA, 28/JANEIRO/2022) – Esgotamento mental, cansaço extremo e irritabilidade podem ser alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout, doença considerada como ocupacional pela Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A síndrome é um transtorno psíquico de caráter depressivo causado pelo estresse crônico no trabalho, que pode ser ocasionado pelo ambiente tóxico, assédio moral e metas abusivas, realidade da categoria bancária.
A pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR), revela que 30% dos profissionais brasileiros sofrem de burnout. Segundo a instituição, “a solução está em ações integradas que incluem um estilo de vida mais saudável e o comprometimento do governo em abraçar políticas de prevenção ao estresse“.
De acordo com o psicólogo Renan Pelegrini, a doença pode afetar o comportamento na vida pessoal. “O esgotamento acontece porque a pessoa coloca o trabalho a frente de tudo, toda a energia, forças e pensamentos, e é muito perigoso quando fazemos este movimento”, afirma.
Uma das medidas importantes para prevenir a Síndrome de Burnout, de acordo com o psicólogo, é a implantação de adequações fora da rotina de trabalho. Para ele, principalmente, no ambiente bancário, as metas abusivas e o direcionamento do superior contribuem para o agravamento. “Muitas pessoas vivem para trabalhar ou trabalham para viver, essa frase define bem o estado Burnout. A vida precisa ter um equilíbrio, por isso, a psicoterapia é preventiva, bato na tecla de que todos precisamos fazer antes de estourar a bomba”.
A saúde mental deveria ser um dos itens de maior atenção por parte das empresas, incluindo o treinamento dos líderes e a criação de novas ações para diminuir os problemas emocionais da equipe, além de acompanhar de perto a saúde de cada funcionário. No ambiente bancário, a quantidade de colaboradores que sofrem assédio moral é significativa. O número de ações individuais na Justiça do Trabalho contra bancos, tendo a síndrome de Burnout como motivo, também vem crescendo, saltando de 2,3% em 2009 para 4,6% em 2016.
Outro dado preocupante é o crescimento da concessão de benefícios pelo INSS a bancários tanto por acidentes de trabalho quanto por adoecimento, que saltaram de pouco mais de cem em 2010 para quase 900 em 2015. “É necessário incluir atividades em que a pessoa consiga desfocar do trabalho e entender que a vida possui outros aspectos que importam mais”, concluiu Renan.
FONTE: Sindicato dos Bancários de Sorocaba