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Assédio moral e tendinopatia afetam mais de 50% dos bancários

Entre as áreas profissionais mais concorridas do Brasil, o setor bancário se destaca. Com salários acima da média, diversos benefícios, remuneração e participação dos lucros, é um emprego que pode trazer estabilidade financeira para qualquer cidadão que procura possibilidade de crescimento. Entretanto, existem alguns pontos que tornam a profissão arriscada, como o assédio moral e doenças que afetam a capacitação técnica para realizar atividades profissionais.

De acordo com os dados divulgados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 2019, reforçado por uma pesquisa similar em 2020 pelo Sindibancários, a taxa de bancários que apresentam sintomas compatíveis com a LER (Lesões por Esforço Repetitivo) chega a mais de 50%. Apesar de existir campanhas preventivas contra o esforço repetitivo, esse número aumenta gradativamente anualmente, ultrapassando essa porcentagem em 2021.

Considerada a doença mais comum entre os bancários, a tendinopatia afeta principalmente pulsos ou dedos flexores

Em uma entrevista divulgada no mês novembro desse mesmo ano, o médico Márcio Coelho, advogado especializado em doenças do trabalho, informa: “Os bancários são alvos de doenças provocadas pelos movimentos repetitivos, como a tendinopatia. Considerada a doença mais comum entre os bancários, a tendinopatia afeta principalmente as áreas dos ombros, cotovelos, pulsos ou dedos flexores, dificultando a execução de atividades exigidas pela profissão (…) Além de doenças que afetam os movimentos, os bancários estão expostos às doenças que afetam o psicológico, impulsionadas pela pressão e o assédio moral”.

Uma pesquisa realizada em 2020 pela Federação Nacional de Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), comprova que 53,6% dos bancários entrevistados já sofreram com episódios de assédio moral ao menos uma vez durante o expediente. O assédio moral se enquadra em situações de condutas abusivas, humilhações públicas e exposições que podem trazer danos a integridade física ou psíquica do bancário. Esse tipo de ambiente profissional com metas inatingíveis, pressões psicológicas e abuso de poder pode causar depressão, uma doença que de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2020, se tornou uma das doenças mais incapacitantes para o trabalho. O bancário que sofre com depressão pode recorrer ao INSS e entrar com uma ação para conseguir o Auxílio Doença por invalidez, temporariamente ou de forma permanente.

Ao desenvolver doenças que geram disfunções físicas pelos movimentos repetitivos, as sequelas interferem na execução de suas atribuições profissionais e o bancário tem direito ao Auxílio Acidente de 50%. Esse seguro para os contribuintes do INSS é um benefício mensal com o direito a 50% do salário, como informa o Dr. Márcio Coelho. Deve ser fornecido pelo INSS até a aposentadoria. A única exigência para conseguir esse benefício é estar com a carteira profissional assinada e atualizada depois que for comprovada a causa com o laudo médico.

FONTE: Portal Terra/Dino Agência de Notícias Corporativas 

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