Para entidades sindicais, Cassi pretende desviar denúncias de má gestão
SÃO PAULO (14/SETEMBRO/2021) – A diretoria da Cassi lançou um novo programa, chamado “Mais Acesso”, com a alegação de ampliar a rede de credenciados. Porém, o movimento sindical vê tal atitude como uma forma de desviar a atenção das denúncias graves de esvaziamento e enfraquecimento da entidade e de participantes que tiveram que entrar na Justiça para prosseguir com tratamentos médicos. A Cassi é responsável pela administração da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil.
“Foram inúmeros casos de denúncias nos últimos meses. Avaliamos movimentos como este do lançamento do Mais Acesso, como uma atitude de marketing para desviar a atenção das pautas negativas que circulam sobre a entidade”, explica Elisa Ferreira, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul na Comissão de Empresas do Banco do Brasil (CEBB).
CASOS
Os casos de denúncias incluem uma mulher de 37 anos que, por uma doença rara, perdeu o estômago e parte do intestino e teve o tratamento negado pela Cassi. Somente após recorrer à Justiça a entidade concedeu o tratamento.
O caso de um homem com câncer em estado de metástase, onde havia a possibilidade de uma laparoscopia, mas a Cassi optou por fazê-lo sofrer uma cirurgia a céu aberto, por conta da pandemia, e que gerou maior tempo de internação para o paciente.
“Um ato não inviabiliza o outro, ao contrário, reforça ainda mais a exigência pela prestação de um atendimento mais humano e digno aos seus credenciados. Quanto aos casos de pessoas já prejudicadas, nosso papel é acompanhar e cobrar que a justiça conceda os direitos”, destaca.
Desde 2016, a Cassi descredenciou cerca de 5,4 mil prestadores de serviço. E, nos últimos anos, cerca de 1,8 mil medicamentos de uso contínuo foram cortados da lista de medicamentos abonáveis (limaca) para os participantes.
O alerta das entidades sindicais é quanto ao perigo do Cassi Essencial para a existência de toda a Cassi. O plano de mercado lançado em junho não foi criado apenas para atender os parentes por afinidade e consanguinidade dos funcionários, ex-funcionários e aposentados do BB. Pessoas que tiveram ou ainda possuem vínculos de trabalho com o Banco do Brasil poderão trocar o Plano Associados pelo Essencial.
“O Cassi Essencial fere o princípio de solidariedade e isonomia, onde os mais jovens ajudam a custear os mais velhos e o Banco do Brasil ajuda a arcar com as despesas. Quanto mais funcionários do BB o novo plano atrair, mais fraco ficará o sistema de solidariedade que sustenta a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB”, explica Elisa.
De acordo com a representante, o funcionário jovem pode ver vantagem em um primeiro momento, mas é preciso ficar atento. “Pode até ser mais barato que o plano de associados, mas à medida que for envelhecendo, ficará mais caro, pois é cobrado por faixa etária”, explica.
A representante alerta, ainda, quanto ao risco de reajuste que neste caso não é negociado com a representação dos associados nem precisa de aprovação do corpo social, como no plano de associados. “O resultado final será um plano com mensalidades altas demais para a última faixa etária, inviabilizando a manutenção do plano para muitos funcionários. Ou seja, todos os nossos esforços ao construir a Cassi, são no sentindo de termos um plano de saúde que nos garanta atendimento por toda a nossa vida, por valores acessíveis e com contribuição do Banco, que também deve ser responsável pela saúde de seus funcionários e aposentados”, defende.
CUSTOS
O trabalhador que aderir ao Cassi Essencial não contará com o patrocínio do banco via contribuições patronais. Além disso, terá que pagar uma franquia de R$ 250 reais toda vez que usar o plano dentro da sua região contratual e de R$ 350 quando precisar dos serviços de saúde fora da sua região contratual, fazendo com que o Cassi Essencial alcance custos semelhantes ou até superiores aos dois planos Família.
FONTE: Feeb-SP/MS